"O Presidente cubano Fidel Castro, que seguiu à frente dos destinos da ilha durante quase 50 anos, admitiu que o modelo económico de Cuba “já não funciona”.
Já não funciona nem para nós”, afirmou numa entrevista com o jornalista norte-americano Jeffrey Goldberg, correspondente da revista “The Atlantic”, que conduziu ao longo do mês de Agosto em Havana uma série de conversas com o antigo líder da revolução cubana, tendo visitado a ilha a convite de Castro.
Na reportagem ontem publicada, Goldberg não avança quaisquer mais declarações de Castro sobre este assunto, precisando apenas que a resposta foi dada quando perguntou se Fidel acreditava que ainda valia a pena exportar o modelo cubano.
Goldberg descreve que pediu depois a Julia Sweig – analista do Council on Foreign Relations para a América Latina, que esteve presente nos encontros – para “interpretar” a declaração de Fidel. “[Castro] não estava a rejeitar as ideias da revolução. Creio que estava a reconhecer que sob o ‘modelo cubano’ o Estado tem um papel demasiado grande na vida económica do país".
Neste sentido, prosseguia a perita, Fidel pretende que, ao expressar tal sentimento de falhanço do “modelo cubano”, se abra maior espaço para Raul Castro – que lhe sucedeu – levar a cabo as reformas necessárias face à esperada oposição dos comunistas mais ortodoxos dentro da burocracia e do Partido Comunista cubano.
in: Público
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