Acerca de 3 meses atrás, tomei a iniciativa de pedir o apoio ao Grupo Intermunicipal do PS, no sentido de apresentar na Assembleia da Comunidade Intermunicipal do Sousa e Tâmega, uma Moção de Protesto contra a acção criminosa da Agências de Rating.
Essa moção foi aprovada, mesmo com algumas abstenções e votos contra, mas o que particularmente me chamou atenção foram as declarações de voto por parte dos elementos do PSD que referiam o seguinte: "O problema de Portugal não está nas agências de rating mas sim em José Sócrates"; "A resolução deste problema é muito simples, sabemos que se José Sócrates sair do Governo, o rating da dívida pública virá para os níveis mais aceitáveis".
Houve até quem tenha achado "piada" a uma moção destas, dando boas gargalhadas!!! Fantástico.
O que é certo, é que hoje, 6 de Julho de 2011, Sócrates não é Primeiro-Ministro e Passos Coelho é e tem a seu lado o Governo mais liberal de sempre.
Deste modo, nas últimas semanas, aplicamos medidas de austeridade durissimas, indo mais além do que as entidades internacionais pediam. A intenção era simples - mostrar que somos diferentes e queremos sair desta situação - muito bem!
O que é certo, é que hoje, 6 de Julho de 2011, Portugal foi rotulado como LIXO!
O milagre não aconteceu. O rating caiu sempre, vertiginosamente, mesmo com a mudança de Governo.
Poderia muito bem usar a expressão "quem ri, por último é quem ri melhor". Mas não é o facto de tudo isto vir de encontro ao que disse que me satisfaz.
A tal moção nunca teve tanto sentido como hoje.
Perguntam se aquele seria o local ideal para tomar aquela iniciativa? Se calhar não era o mais adequado dada a pouca visibilidade da mesma. Mas foi um começo. Algo que cada um de nós poderia fazer.
Pessoalmente, não partilhava a ideia de que a culpa máxima das descidas constantes do rating e consequente aumento do juro, era da responsabilidade de um Homem, ou de um Governo. E é por isso que hoje, também não culpo Passos Coelho nem o Governo PSD/PP por esta descida catastrófica.
Os Gregos protestam na rua contra o seu próprio Governo, aquele mesmo a quem as entidades internacionais exigem tudo, para tentarem levantar o país. E mesmo sendo verdade, que os países nesta situação foram crónicamente mal geridos, será que medidas e mais medidas de austeridade nunca bastam? Aquelas mesmas medidas que as entidades internacionais diziam que seriam suficientes?
Estamos perante uma atitude criminosa, protelada pelas agências e demais interesses económicos. Enquanto houver a certeza que alguém "injecta" dinheiro nestes países, mesmo que isso leve as pessoas "à loucura social e financeira", nada chegará para satisfazer os mercados!
É por isso que em Portugal, não devemos ser limitados. Devemos ver mais além. Devemos pensar primeiro quem são os reais culpados de tudo o que se está a passar no mundo, ao invés de culparmos logo o Primeiro-Ministro e o Governo.
Portugal está á beira do colapso social. Mas as pessoas, ao revoltarem-se devem pensar primeiro com ou contra quem se deveriam revoltar!
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