28 de fevereiro de 2011

Sócrates diz que “Europa já fez erros demais”


O primeiro-ministro afirmou hoje que a resposta à actual crise de dívida soberana tem de ser europeia porque o problema é do euro.

Ao falar no encerramento da II conferência Reuters /TSF, José Sócrates disse que "a resposta para esta crise de dívida soberana deve ser europeia" e que na base da crise não está um excesso de Estado" mas "uma deficiência, uma falha no sentido em que [o Estado] devia estar presente onde não esteve".

Para o primeiro-ministro "tudo isto começou com agências de notação a dar 'triple A' a produtos de subprime", o que foi "uma actuação irresponsável e aconteceu porque não houve regulamentação para a impedir".

Na mesma ocasião, o primeiro-ministro sublinhou que a actual crise soberana "é a segunda fase" da crise internacional, reforçando ainda que esta é "uma crise soberana europeia, é uma crise do Euro".

"A Europa não vai ficar na mesma depois desta crise", disse o chefe do Executivo. "Ou avança, ou recua, mas no mesmo sítio não fica", avisou o primeiro-ministro, acrescentando que "esperamos que esta crise soberana seja a oportunidade para a Europa avançar. Para termos uma moeda única temos que ter outras áreas de maior cooperação política e económica, sem a qual pomos em causa um dos maiores feitos do século XX".

Tanto Sócrates como Teixeira dos Santos destacaram a importância do mês de Março para os Estados-membros, visto estarem marcadas as reuniões do Eurogrupo e do Conselho Europeu.

O primeiro-ministro voltou a repetir que o Governo "fará tudo o que for necessário" para cumprir a metas do défice de 4,6% do PIB este ano, incluindo adoptar mais medidas de austeridade, se necessário, tal como disse horas antes o ministro das Finanças Teixeira dos Santos.

"Este Governo fará tudo o que for necessário para que o objectivo de 2011 seja cumprido", assegurou Sócrates, frisando que "se a execução orçamental mostrar que precisamos de mais medidas, tomá-las-emos".

in: Diário Económico

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