Tomemos como exemplo um funcionário público que tem a progressão na carreira congelada e se encontra enquadrado no nível remuneratório 21, ou seja, recebe € 1.510,43. Assim continuará e entrará em 2011.
Em Janeiro de 2011 terá um corte salarial de 3,5%, ou seja, € 1.510,43-3,5%= € 1.457,56. Vejamos, em 14 meses receberá menos € 714,18. Mas no total do ano receberá € 20.405,84.
Sem fazer mais contas, vamos imaginar que aplicamos a taxa de IRS, sem mais, a este valor, sem descontos, sem benefícios ou isenções, sem quaisquer quoficientes. A taxa média para este rendimento rondará os 28,1789%. Sem mais, vejamos a quanto corresponde: € 5.750,16. ---» € 20.405,84 - € 5.750, 16 = € 14.655,68
Agora vamos dividir este valor pelos 12 meses do ano e o resultado é de € 1.221,30. Dirão: um excelente valor. Há quem receba o ordenado mínimo... Têm razão... Mas tendo em conta a inflação e os custos de vida, este valor aniquila por completo a classe média em Portugal. Mais: pense-se quem tem filhos a estudar, quem tem empréstimos a pagar, os gastos com a alimentação, o carro, o vestuário, higiene, a energia, a água, etc... etc...
Esta medida é apenas mais uma das medidas pró-cíclicas que têm vindo a ser empreendidas. É necessária? Talvez. É previsível? Certamente. Podia ser evitado? "Podia... mas" -para alguns ,se calhar - "não era a mesma coisa".
Estou para ver o que virá!
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