A palavra mais usada foi unidade. Unidade real ou virtual. Pouco importa. Unidade rompida. Para a escolha do Conselho Nacional. O resultado foi surpreendente. Absolutamente bestial.
Saiu uma heroína: Sofia Galvão. Quem é Sofia Galvão? É uma das figuras mais inspiradoras entre as sociais-democratas, advogada e cronista, sendo a única mulher a conseguir entrar para o Conselho Nacional. O órgão mais importante entre congressos. Em cinquenta e cinco membros, em representação do Continente e das regiões autónomas, 55, repito para não me enganar, houve lugar para uma e só uma senhora. Sofia Galvão. Extraordinário.
Esta é a tendência no novo PSD. Em todos os órgãos nacionais. Entre os 89 escolhidos, lá estão oito mulheres, 8, repito para que não se enganem. Esta é a linha de ruptura prometida pela nova direcção. Um partido sem quotas. Um partido sem pruridos. Um partido onde a palavra discriminação não faz sentido.
Esta é a expressão mais ridícula que um partido deu até hoje à igualdade de género. Esse complexo de esquerda que deve ser banido deste PSD liberal, brando e ligeiro. Um partido em que as mulheres foram afastadas da decisão política interna. Sem apelo nem agravo. Péssimo sinal.
O que mais me escandaliza é que ninguém falou sobre isso. Ninguém denunciou esta situação. Todos deram is-so como normal no PSD. Nem uma voz contestatária. Ninguém. A começar pelas próprias mulheres sociais-democratas. Extraordinário. Este PSD sexista.
Depois da "lei da rolha" pensei que nada mais me escandalizaria no PSD. Estava enganado. Este partido está sempre a surpreender-me. A surpreender o País.
por: Miguel Freitas - Deputado PS
in: DN
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