14 de abril de 2010

Obama volta a pressionar China para valorizar yuan


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, voltou a pedir segunda-feira ao seu homólogo Hu Jintao que garanta à moeda chinesa uma taxa de câmbio que “respeite mais o mercado”, mas o presidente chinês rejeitou qualquer cenário de valorização do yuan.

Durante a reunião bilateral, pouco antes da abertura da cimeira sobre a segurança nuclear em Washington, Obama “reafirmou a sua opinião, segundo a qual é importante para uma retoma (económica) internacional sustentada e equilibrada, que a China adopte uma taxa de câmbio que respeite mais o mercado”, declarou aos jornalistas Jeff Bader, conselheiro da presidência norte-americana para os assuntos chineses.

Washington considera que a fraca cotação do yuan face ao dólar favorece injustamente as exportações chinesas.

Do lado chinês, o porta-voz da delegação presidencial, Ma Zhaoxu, não evocou o tema do mercado dos câmbios perante a imprensa, declarando simplesmente que as duas capitais devem “resolver as fricções económicas e comerciais através de consultas em pé de igualdade”.

Mas o presidente Hu Jintao assegurou mais tarde que a China vai seguir “o seu próprio caminho” no que toca à política cambial.

O líder chinês defendeu que a China vai continuar a usar o yuan de acordo com as necessidades económicas do país e não ao sabor das pressões estrangeiras. E sublinhou que a valorização do yuan não é a solução para os desiquilíbrios comerciais entre a China e os Estados Unidos.

Segundo Bader, o chefe de Estado norte-americano também pediu ao seu visitante para eliminar “as barreiras” que obstruem o acesso ao mercado chinês aos exportadores norte-americanos.

O conselheiro norte-americano não entrou em detalhes, mas o representante norte-americano para o Comércio, Ron Kirk, acusou Pequim, num recente relatório, de ter imposto novas regras que favorecem as empresas chinesas.

Segundo o relatório, uma nova directiva aprovada por Pequim estipula que os fabricantes de produtos tecnológicos de ponta devem recorrer a patentes chinesas para poder beneficiar de concursos governamentais.

As empresas estrangeiras consideram que esta regra lhes impede a entrada no mercado chinês.

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