"A nova década que agora desponta inicia-se com sinais de mudanças profundas nas relações comerciais entre a China e o Ocidente.
Como atesta o artigo de capa da Business Week desta semana, parece que a festa do investimento ocidental livre no Império do Meio já está no final. As autoridades chinesas estão a colocar muitos bloqueios e entraves à instalação de novos investimentos: o caso da Google é o mais mediático, mas empresas como a GE e a Dell fazem parte da lista dos visados.
Pequim está a erigir muralhas burocráticas, como por exemplo, uma nova lei que exige que uma percentagem significativa das inovações sejam de origem «indígena», ou seja, de origem de empresas chinesas. O intento é criar campeões nacionais que consigam competir à escala global, pela via do proteccionismo.
Portanto, será que Pequim está a entrar numa nova fase de isolamento, mesmo que mais mitigado, repetindo o mesmo ciclo de há 500 anos, quando encerrou o seu projecto naval?
George Friedman, da Stratfor, no seu recente best-seller, «Os próximos 100 anos», aponta que em 2020 a China irá ficar repartida entre o Interior e o Litoral, este último muito ligado ao capital estrangeiro, que lhe proporciona o acesso a know-how tecnológico e os canais de distribuição de produtos. Esta tensão irá «quebrar» a coesão do Estado Chinês.
Estaremos a assistir aos primeiros sinais desta tendência? Com efeito, no referido artigo da Business Week, a Dell já está a equacionar a mudança do seu aparelho fabril para a Índia.
Esta tendência já vem sendo seguida muito de perto pelo José Mateus no Claro, aqui e aqui.
Implicações para Portugal? Se esta tendência se afirmar, uma nova vaga de deslocalizações marcará a presente década. Estaremos posicionados para aproveitar algumas das oportunidades?"
Como atesta o artigo de capa da Business Week desta semana, parece que a festa do investimento ocidental livre no Império do Meio já está no final. As autoridades chinesas estão a colocar muitos bloqueios e entraves à instalação de novos investimentos: o caso da Google é o mais mediático, mas empresas como a GE e a Dell fazem parte da lista dos visados.
Pequim está a erigir muralhas burocráticas, como por exemplo, uma nova lei que exige que uma percentagem significativa das inovações sejam de origem «indígena», ou seja, de origem de empresas chinesas. O intento é criar campeões nacionais que consigam competir à escala global, pela via do proteccionismo.
Portanto, será que Pequim está a entrar numa nova fase de isolamento, mesmo que mais mitigado, repetindo o mesmo ciclo de há 500 anos, quando encerrou o seu projecto naval?
George Friedman, da Stratfor, no seu recente best-seller, «Os próximos 100 anos», aponta que em 2020 a China irá ficar repartida entre o Interior e o Litoral, este último muito ligado ao capital estrangeiro, que lhe proporciona o acesso a know-how tecnológico e os canais de distribuição de produtos. Esta tensão irá «quebrar» a coesão do Estado Chinês.
Estaremos a assistir aos primeiros sinais desta tendência? Com efeito, no referido artigo da Business Week, a Dell já está a equacionar a mudança do seu aparelho fabril para a Índia.
Esta tendência já vem sendo seguida muito de perto pelo José Mateus no Claro, aqui e aqui.
Implicações para Portugal? Se esta tendência se afirmar, uma nova vaga de deslocalizações marcará a presente década. Estaremos posicionados para aproveitar algumas das oportunidades?"
in: Raiz Política
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