Liu Xia, a mulher do dissidente chinês galardoado com o Nobel da Paz na passada sexta-feira, está em prisão domiciliária em Pequim e foi proibida de falar com amigos e com os media.
Liu Xia visitou o marido na prisão, no sábado, ocasião em que disse a Liu Xiaobo que ganhou o prémio atribuído pela academia sueca.
A notícia de que Liu Xia está agora impedida de comunicar com o mundo e aprisionada na própria casa foi confirmada pelo advogado de Liu Xiaobo.
O advogado, Shang Baojun, indicou ainda - citado pela CNN - que irá tentar libertar o galardoado desde ano com o Nobel da Paz - que está preso a cerca de 500 quilómetros a nordeste de Pequim - mas admite que acha difícil que isso venha a acontecer. “A pré-condição para uma redução da sentença ou para uma saída sob fiança é a admissão do crime. Se Xiaobo fizesse isso, então não teria ganho o Nobel da Paz”, disse o advogado.
Apesar de terem autorizado Liu Xia a encontrar-se com o marido, no sábado, as autoridades chinesas cortaram-lhe as comunicações com o exterior a partir de sexta-feira à noite, originando protestos por parte de organizações de defesa dos direitos humanos.
O serviço de telemóvel de Liu Xia foi desligado mas ela conseguiu manter as actualizações via Twitter (a sua conta é @liuxia64), embora de forma intermitente.
Foi precisamente via Twitter que o mundo ficou a saber que tinha ficado sem telemóvel e que estava confinada ao espaço de sua casa.
Um dos posts que Liu Xia partilhou via Twitter foi um link para o Charter 08, um manifesto pedido uma reforma política e de direitos humanos na China, que foi co-escrita pelo seu marido e que o levou à prisão por “incitamento à subversão perante o poder estatal”.
A notícia acerca da identidade do vencedor do Prémio Nobel da Paz tem sido censurada na China em praticamente todos os media. O governo chegou mesmo a bloquear a secção sobre o Nobel da Paz na página oficial dos prémios atribuídos pela Academia sueca.
in: Público
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