Reclusos de cinco prisões portuguesas já podem ser recrutados para limpar as matas nacionais. Um protocolo assinado ontem entre a Autoridade Florestal Nacional (AFN) e a Direcção-Geral dos Serviços Prisionais (DGSP) vai permitir que até 55 presos possam trabalhar nas matas nacionais de Montejunto, Abrigada, Mestras, Vi- meiro, Covilhã, serra da Estrela, Foja e Lousã.
Segundo o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, que tutela a AFN, o protocolo prevê a participação de um máximo de 55 detidos das prisões de Alcoentre, Caldas da Rainha, Covilhã, Coimbra e Leiria.
Estes homens vão receber formação e ser pagos para ajudar na limpeza, gestão e vigilância das florestas, numa medida que visa também a sua "recuperação para o mercado de trabalho e reinserção social", acrescenta Rui Barreiros.
Cabe à Direcção-Geral dos Serviços Prisionais seleccionar os reclusos em condições para participar, já que estes necessitam de estar em regime aberto, mas o objectivo é ir para o terreno o mais ra- pidamente possível, aproveitando esta época para preparar o próximo Verão, diz o responsável.
Rui Barreiros lembra ainda que estes detidos vão trabalhar nas matas nacionais, mas que "mais de 90% da floresta portuguesa é privada". "Mesmo assim, é preciso dar o exemplo nas matas do Estado", ressalva. No entanto, atribui o aumento da área ardida este ano, até Setembro - a maior desde 2005 - sobretudo a "condições climáticas muito adversas".
Este projecto surge na sequência de outro protocolo que com o Ministério da Defesa, para que os militares também participem na defesa da floresta, o que já aconteceu este Verão, acrescenta. E revela também a tutela está a trabalhar num protocolo com o Ministério do Trabalho para criar "condições para que desempregados e cidadãos que recebem o rendimento mínimo de inserção colaborem". "O que queremos é que todos os ministérios e todos os cidadãos se envolvam na defesa da floresta", conclui.
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