17 de outubro de 2010

A Crise


"Convém lembrar que, em 2008, a Irlanda e a Espanha tinham as finanças públicas equilibradas e Portugal registou um défice de apenas 2,8%.

Nessa altura, a União Europeia pediu aos países membros que interviessem urgentemente em apoio das suas economias para evitar a repetição da Grande Depressão. Está muita gente esquecida de que o rápido agravamento das dívidas dos estados em 2009 teve origem na queda das receitas fiscais resultante da quebra da actividade económica e no aumento das despesas com o apoio aos desempregados.

Em resumo, a história é esta: a desregulação do sistema financeiro americano colocou o mundo à beira do abismo; com maior ou menor felicidade, os estados deitaram a mão aos bancos e esforçaram-se por estimular a procura, o que implicou uma transferência dos problemas do sector financeiro para o sector público; estamos agora na fase em que os governos apresentam a factura aos respectivos povos.

Talvez todo este processo fosse inevitável, mas ao menos não tentem fazer-nos esquecer-nos como e porquê chegámos até aqui. A austeridade não é um castigo por "termos vivido acima das nossas posses" (uma expressão totalmente destituída de sentido), é o tributo que pagamos pelos desvarios de Wall Street"

por: João Pinto e Castro - Jugular

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