27 de julho de 2010

Dados a reter: Abandono escolar de 0,07% em Lousada

Foram apresentados os dados relativos ao abandono escolar no concelho de Lousada, que apontam para um valor de 0.07 por cento, sendo o valor mais baixo da região. No ano lectivo passado a taxa de abandono escolar no concelho era de 0.14 por cento.

Estes valores resultam da intervenção realizada pelos técnicos da autarquia, bem como das parcerias estabelecidas no âmbito do programa DICAS (Diversidade, Inclusão, Complexidade, Autonomia, Solidariedade).

O trabalho desenvolvido pelo programa DICAS ao longo de quatro anos tem sido aperfeiçoado e foram ainda introduzidos novos projectos, tendo como objectivo a intervenção e prevenção em situações que podem ser debeladas em fase inicial.

O trabalho conjunto da autarquia, através dos pelouros da educação e da acção social, dos vários agrupamentos de escolas e escola secundária e outras entidades concelhias e de cariz nacional, são apontados como fundamentais para que os valores da taxa de abandono escolar estejam a diminuir desta forma.

Os vários projectos de intervenção, como é o Orienta-te e Segue, SEA, Férias Divertidas e, mais recentemente, o Pré-SEA.

Os números apresentados pelo programa DICAS referem que são mais de 2500 casos acompanhados e apoiados de crianças e jovens que frequentam os quatro agrupamentos de escolas do concelho e a Escola Secundária de Lousada. Esta é uma das funções no plano de intervenção, que actua ao nível do projecto SEA - Sinalização, Encaminhamento e Acompanhamento.

O número de casos sinalizados ao longo dos anos tem diminuído como se pode constatar pelos números apresentados. Em 2006 foram 879 sinalizações, sendo que 2009 teve um número superior a 275. Os psicólogos que actuam nas escolas têm o papel importante de sinalizar os casos que necessitam de encaminhamento, por exemplo, para o Centro de Saúde, Segurança Social, Comissão de Protecção de Crianças e Jovens e Centro de Recursos Especializados. Os técnicos acompanham os alunos e, para tal, envolvem os encarregados de educação.

Mais avaliações e menos sinalizações

De acordo com o relatório apresentado o número de sinalizações tem vindo a sofrer um decréscimo desde 2006, ano em que foi criado o DICAS, até à actualidade. No entanto, as avaliações psicológicas são realizadas em maior número, quando comparados os anos lectivos 2008-2009 e 2009-2010.

De acordo com o coordenador do programa DICAS, Dr. Bruno Fernandes, psicólogo da autarquia, "são vários os casos que se encontram na iminência de arquivamento. No entanto, temos sempre alguma relutância em fazê-lo, na medida em que pode surgir uma alteração repentina da situação e, por precaução, temos o caso ainda aberto".

O Pré-SEA surge no ano lectivo 2009-2010 e tem como objectivo principal a actuação junto dos alunos dos jardins-de-infância. Este processo passa por ser um rastreio das aptidões e competências adquiridas, necessárias para os processos de aprendizagem, bem como identificar as possíveis lacunas ao nível do desenvolvimento que restrinjam o sucesso educativo. O projecto prevê o encaminhamento e acompanhamento dos alunos com necessidades, de forma mais precoce. Assim, o número de crianças avaliadas no concelho, no âmbito dos quatro agrupamentos foi de 74,5 por cento.

Orientação vocacional importante na hora da escolha

O papel do DICAS vai mais além e chega a mais crianças e jovens em idade escolar. O projecto Orienta-te e Segue, através da sua vertente de orientação vocacional a partir do 9.º ano de escolaridade, apoia os mais novos nas suas opções escolares e profissionais.

Relativamente ao balanço geral realizado à comunidade escolar e aos parceiros envolvidos a avaliação, de acordo com os dados recolhidos através de inquéritos, é positiva.

A Vereadora da Acção Social, Dr.ª Cristina Moreira, salienta que o DICAS "é de todos os parceiros que estejam a trabalhar com as crianças do concelho, contribuindo para uma melhoria da qualidade de vida actuando cada vez mais cedo nas dificuldades que possam ser resolvidas de modo célere".

O papel das escolas foi também enaltecido, na medida em que é através delas que a taxa de abandono com valores tão diminutos e, como refere a Dra. Cristina Moreira, "os alunos que poderiam estar numa situação de maior predisposição para o abandono, encontrem uma saída profissional aliciante que os motive para a continuidade dos estudos".

in: TVS

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