27 de julho de 2010

Banca portuguesa passa nos testes e com a melhor nota do sul da Europa

Os quatro grupos bancários portugueses submetidos aos testes de stress realizados no quadro do Banco Central Europeu (BCE) passaram no exame e não têm necessidade de adoptarem "medidas de recapitalização".

O mais resistente aos cenários macro económicos adversos é o Banco Português de Investimento (BPI), que consegue a 17ª posição no ranking dos 91 bancos avaliados, ao lado do inglês HSBC, e à frente do Santander, do BBVA, do Royal Bank of Scotland, do Deutsche Bank ou da Societé General.

Fernando Ulrich, do BPI, Carlos Santos Ferreira, do Banco Comercial Português (BCP), Faria de Oliveira, da Caixa Geral de Depósitos (CGD), e Ricardo Salgado, da ESAF, holding que consolida o Banco Espírito Santo (BES), congratularam-se ontem "com o elevado grau de resistência" do sistema financeiro nacional a cenários adversos.

No ranking europeu dos bancos mais sólidos, o BCP surge na 44ª posição, a CGD no 49º lugar, enquanto a ESAF (que não tem clientes, nem recebe depósitos) posicionou-se na 67ª. Os responsáveis do BES, cujas contas serão conhecidas no dia 6 de Agosto, já garantiram que os resultados serão mais favoráveis.

Os testes de stress medem os níveis de capitalização e de solvência das instituições, quando colocadas perante um conjunto de pressupostos adversos simulados pelas autoridades europeias. Os cenários mais severos levam em linha de conta condições macroeconómicas desfavoráveis, como a reentrada da economia em recessão, variações nas taxas de juro e default de parcelas de divida soberana de países sob pressão devido aos elevados défices públicos. Um quadro rigoroso considerado pelo BCE como "improvável" já que as probabilidades de ocorrência são apenas de cinco por cento [nos testes realizados pelo EUA eram de 15 por cento]. Dos 91 bancos analisados, 82 aguentam um choque financeiro forte (Tier1 acima do valor de referência de seis por cento). Mas sete instituições (cinco espanholas, uma grega e uma alemã) derraparam por ausência de capitais suficientes, necessitando de injecção de fundos (...).

in: Público

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