5 de abril de 2010

Segurança Social penhora sete mil contas bancárias


Governo avança com as primeiras medidas do ano contra os contribuintes faltosos. Até ao fim do ano deverão ser lançadas 60 mil penhoras.

A Segurança Social avançou neste fim-de-semana com a primeira grande acção de penhoras bancárias do ano. A iniciativa recaiu sobre sete mil contribuintes faltosos - no conjunto do ano, o Governo espera avançar com penhoras de vários tipos sobre 60 mil devedores - e enquadra um montante global de dívida de 123 milhões de euros.

De acordo com a informação apurada pelo Diário Económico junto do Ministério do Trabalho, é no Porto e em Lisboa que se localiza a maior parte dos devedores abrangidos (quase metade do total). Segue-se Braga, Faro e Leiria.


Este primeiro processo de penhoras bancárias, que começou na sexta-feira e termina hoje, corresponde a um valor médio em dívida de 17.571 euros.

Sendo realizado por via electrónica, tem eficácia prática imediata. "A regularização posterior de cada situação dependerá da resposta do devedor", explica o Ministério liderado por Helena André. Caso o contribuinte faltoso não avance qualquer resposta, "os saldos cativos serão transferidos para o IGFSS [Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social] em prazo não superior a 60 dias", continua a mesma fonte.

Mais do que recuperar dívida através da transferência de saldos, a Segurança Social foca-se "sobretudo no estímulo para a realização de acordos" para pagamento em prestações, "opção para a qual os serviços se encontram já preparados".

Aliás, recorda o Ministério, cada acção de penhora acaba por ser instrumental para cumprir os objectivos de cobrança já estabelecidos no Plano de Combate à Fraude e Evasão Contributivas - que se distribuem por quatro vertentes: cobrança coerciva, acordos de pagamento em prestações, dissuasão do incumprimento e medidas junto dos grandes devedores. O ano de 2009 pode ser um bom exemplo disso, uma vez que os contribuintes faltosos regularizaram 100 milhões de euros já depois da penhora de contas bancárias, de imóveis e veículos ou de outros créditos. A maioria destes acordos estão em vigor até 2012.

in: Diário Económico

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