3 de fevereiro de 2010

Zé, Sempre em Pé!

Lembro-me perfeitamente dos meus familiares me falarem da existência de um boneco que aparecia no programa 1,2,3.

Esse boneco surgiu, penso eu, nos anos 80 e chamava-se “Zé, Sempre em Pé”. Para os que não se lembram, ou mal se recordam, podíamos “atira-lo para o chão, pontapeá-lo, arrastá-lo”, que ele continuava… sempre em pé!

Transportando esta imagem para a actualidade, reparo que o nosso primeiro-ministro poderá ser comparado ao “Zé, Sempre em Pé”.

A última boa nova da oposição, surgiu de um jornalista que vem agora fazer-se de injustiçado, porque alguém lhe disse que ouviu algo num restaurante, sem pinta de credibilidade factual, em que o seu nome era alegadamente referenciado como um incómodo por parte de José Sócrates. Um autêntico "diz-que-disse".

Confesso que tinha a impressão que este jornalista seria um exemplo de isenção e profissionalismo, até começar a ler as suas “opiniões” semanais num jornal diário.

Para quem se queixa ter sido censurado, apraz-me dizer que a suposta máquina de censura é composta de gente muito incompetente uma vez que, deixou passar pelo lápis azul, crónicas e mais crónicas em que o único denominador é a critica fácil, insultuosa e desprovida de isenção perante uma figura de estado como é o nosso Primeiro-Ministro… é obra.

As opiniões são impregnadas de ódio e veneno quando este se refere a José Sócrates que, por incrível que pareça, obteve mais uma vez a confiança de todos os Portugueses... é bom relembrar isto à “minoria relativa”.

Este jornalista acha completamente normal apelidar de “palhaço” o Primeiro-Ministro, ainda por cima num jornal de grande tiragem em que usa a sua influência como cronista e jornalista para ataques meramente pessoais. Mas, por outro lado, fica ofendidíssimo quando supostamente alguém se refere a si, sem ser em tom elogioso.

E não me digam, que por ser um artigo de opinião, este senhor deixa de ter a responsabilidade, isenção e obrigação ética que a sua profissão exige. De certo que este senhor não foi convidado para cronista do jornal devido aos seus lindos olhos. Foi convidado porque é um jornalista de excelência e a sua opinião, como jornalista é importante e ouvida.

Este senhor disse ainda, nas Jornadas Parlamentares do CDS, que «Um primeiro-ministro é uma dignidade de função tremenda neste país (…) São situações que transcendem a própria pessoa e por isso tem que se ter uma postura consentânea com a dignidade desse posto»

Eu assino por baixo, apenas substituindo a designação primeiro-ministro (PM) por Jornalista.

O PM, tem dado provas de não fazer fretes a determinados sectores do poder instalado em Lisboa. José Sócrates, talvez por ter uma costela transmontana, combate diariamente contra todos aqueles que o querem obrigar à retirada. Ai se fosse o Santana ou Durão...onde já estariam eles!

Este jornalista usou impunemente o poder que tem, para publicamente insultar uma figura de Estado que merece consideração pelo simples facto de nos representar. Depois de tantas crónicas ainda nos fala em censura? Censura foi algo que nunca existiu por parte do jornal.

Se, pessoalmente gostam do PM ou não, isso é outra história, e todos somos livres de ter a nossa opinião, desde que não entremos em conflito com a liberdade e integridade dos outros enquanto pessoas.

Mesmo que este episódio seja fiável, o que duvido, não terá o cidadão José Sócrates o direito de, em privado opinar sobre uma ou outra pessoa? E olhem que não o vejo nos seus discursos ou comunicações ao país, chamar palhaço a alguém!

Para mim, este jornalista entrou num caminho ignóbil, que nada o prestigia, tomou partido de um lado, acusou sem provas concretas, insultou o PM, umas vezes de forma directa, outras de forma indirecta durante semanas a fio... Por muitas razões que possa ter, penso que tudo isto é normal num jornalista principiante e não no verdadeiro jornalista que este sempre nos habituou.

Sem dúvida, este senhor é um grande Jornalista mas também é alguém que usou o seu poder para proveito e guerrilha própria. É desprestigiante.

Quanto ao que se passou com a sua saída do jornal, toda a gente sabe que ele próprio se demitiu. No entanto, compreendo a posição do director do jornal a quem acusam de censura. É que enviar uma crónica às 00h para sair de manhã cedo, com os conteúdos acusatórios que estavam presentes, ter-se-ia que ouvir a outra parte e dar o direito do contraditório.

Acho que não iam ligar a José Sócrates durante a noite. a perguntar o que quer que seja. O jornalista agiu, pressionando o seu director para a publicação, e qualquer que fosse a decisão, o resultado seria perfeito para a oposição ao governo. Ou publicava a “bomba”, ou não permitiam e o plano correria ainda melhor.

Este foi mais um caldinho preparado na perfeição mas que indubitavelmente, terá o mesmo fecho – o (Sócrates), irá ficar... Sempre em Pé.

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